A notícia de sua partida foi tão marcante quanto seu sucesso. Chegaram sem bater na porta e arregaçou com nosso preconceito musical, mostrou com humor toda uma crítica daqueles anos com música da boa. Sem mais nem menos nos vimos envolvidos com aquele astral louco dos inconfundíveis Mamonas Assassinas. E de quem mais estaria falando?? Os caras eram loucos mesmo e não tinham medo da censura social, batiam de frente com o comum e se fazia único. Foram apenas 1 álbum em 7 meses de estrondoso sucesso. Tempo mais do que suficiente para conquistar uma nação e várias gerações. Todas as idades se renderam as peripécias do grupo originalmente brasileiro. Também não havia como não se render, a carisma da banda era maior que sua loucura. Sem contar o som, que era mais do que rock, era uma mistura de todos os sons, talvez sendo esta versatilidade o maior de seus trunfos. Em um mesmo cd, tinha pagode ( Lá vem o alemão! ), heavy metal ( Débil Metal ), reggae ( Onon Onon ), vira ( Vira Vira ), forró ( Jumento Celestino ), mexicana ( Pelados em Santos ), brega ( Bois Dont Cry ), por aí vai... Repentinamente o Brasil se viu entregue a insanidade musical, onde mais do que letras loucas, se ouvia uma crítica misturada a sacanagem do quinteto. Músicas com qualidade e irreverência inigualáveis responsáveis pela meteórica trilha que a banda mais divertida do Brasil de todos os tempos seguiu.
Até o trágico dia 2 de março de 96, não tem como esquecer da triste partida. Se foram da mesma forma que chegaram, sem avisar e nem ao menos dizer "Até mais!". Se foram e com eles toda uma genialidade que jamais se foi vista em lugar nenhum. Muito se especulou na época, até mesmo pelo sonho do tecladista Júlio, onde seu amigo gravou o mesmo falando que tivera um pesadelo com aviões. O que pouco se sabe é que os Mamonas Assassinas tiveram uma relação bem próxima com aviões desde o início. Todos moravam perto do aeroporto de Guarulhos, e a banda nos anos 80 se chamava Ponte Aérea, o que depois virou Utopia. No disco homônimo do grupo, há um agradecimento a Santos Dumont "Por ter inventado o avião, se não a gente ainda estaria indo mixar o disco a pé". Louco, não?? Existe uma entrevista a MTV, que Dinho afirma que não lançaria o segundo disco, pois "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu La Bamba??". La Bamba era do cantor norte-americano Ritchie Valens, morto em um acidente aéreo em 59. Dinho assumiu diversas vezes o lugar do piloto durante as viagens. E as brincadeiras com um possível acidente e com a morte eram constantes, muitas vezes registradas por amigos. E divulgadas logo após.
Trágico, porém este dia não vão apagar os outros tantos dias que eles nos fizeram rir, os tantos minutos que ao escutar chamar o Creuzebek e avisar que lá vem a putaria, se sentir como se estivesse lá... É isso mesmo! O som dos caras da originalidade rompeu fronteiras, abriu a mente e soube retratar bem uma época que mudou radicalmente nosso modo de ver a racionalidade irracional de uma crítica musical. Realmente Fantásticos, eles foram e sempre serão! Saudades eternas...
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